Santos festivos

23 de junho de 2015 \\ O Bispo

No mês de junho celebramos a festa de São João,  santo do anúncio de Jesus Cristo, São Pedro,  primeiro Papa da Igreja Católica e a festa de Santo Antônio,  chamado santo casamenteiro. Santos muito queridos do povo brasileiro. Com quermesses, comidas típicas, casamento caipira, queima de fogos, bandeirinhas e danças de quadrilha, as festas destes três santos são comemoradas com muita alegria por todo o Brasil.

AS COMEMORAÇÕES chegaram ao Brasil com os portugueses, na época do descobrimento, em 1500, e logo fizeram sucesso entre os índios e escravos. Quando a família real portuguesa veio para o Brasil, em 1808, as festas juninas ganharam um novo elemento, a contradança. Logo a tradicional dança de casais, de origem francesa, que animava as festas da realeza, ultrapassou os salões nobres e chegou às festas populares com o nome de quadrilha. As roupas foram adaptadas para o estilo caipira, que continua inspirando as festas atuais.

A FOGUEIRA é o principal símbolo das comemorações. Ela lembra a fogueira que Zacarias, pai de João Batista, acendeu para comunicar o nascimento de seu filho, João, a Maria. Porém, a fogueira já fazia parte das comemorações pagãs. Acendiam fogueiras porque segundo os pagãos, elas espantavam os maus espíritos.

CONVÉM lembrar que todos os festejos populares respondem a duas funções: a recreativa e a religiosa. Nas festas juninas essas funções estão bem claras. Não é só rezar aos santos, pedir-lhes graças, demonstrar fé e reconhecer a presença de Deus em suas vidas, é preciso, também, divertir-se alegrar-se e, por isso, a fogueira que anuncia o nascimento de João Batista, é também anúncio de alegria e todos dançam, comem, estouram fogos e brincam.

NA VERDADE,  as festas incentivam e incrementam a solidariedade entre as famílias. É no tempo de festas que as amizades se firmam. Foi Schiller que disse: “Uma festa sem a presença dos amigos é semelhante a uma canção bonita mal entoada”. As festas juninas são as únicas festas populares do Brasil que não deixam atrás de si sinais de excessos, de violência e de sangue. Sua marca registrada é a alegria e o encontro de famílias.

ALÉM DE resgatar as origens culturais, sociais e lúdicas, há a necessidade de reavivar as raízes religiosas dessas festas com o reconhecimento da presença de Santo Antônio, João Batista e Pedro na vida do povo. Que bom seria se, nestas festas juninas, além de comemorar nas quermesses e fogueiras, nos lembrássemos de imitar também as virtudes destes grandes santos que celebramos. Todo cristão tem que ser, de uma forma ou de outra, um João Batista, um Santo Antônio, um São Pedro que segue os caminhos de Jesus.