Hospital em Feira de Santana vai realizar transplante cardíaco
Uma grande conquista para
a Bahia e sem dúvida para o município de Feira de Santana e
região. O Hospital Dom
Pedro de Alcântara (HDPA)/Instituto Nobre de Cardiologia (Incardio),
foi habilitado para
realização de transplante cardíaco. De acordo com Dra. Ivana De Lamônica,
cirurgiã cardiovascular,
integrante da equipe do Incardio, o hospital será o único na Bahia a
realizar este tipo de
procedimento.
O processo de habilitação
teve início há três anos. “Desde 2016, com o avanço do transplante
renal em Feira de
Santana, houve um anseio da equipe de cirurgia cardíaca em trazer esta
técnica que é o
transplante de coração para a unidade. Trata-se do último tratamento
definitivo para insuficiência
cardíaca grave. Desde estão, nossa equipe, eu especificamente
com Dr. André Guimarães
(diretor da equipe de cirurgia cardiovascular do Incardio), estamos
trabalhando para
habilitar a unidade a realizar esse tipo de transplante”, afirmou Dra. Ivana.
Ainda de acordo com a
médica, várias etapas foram vencidas para se chegar a este resultado.
Uma equipe da Central
Nacional de Transplantes, do Sistema Estadual de Transplantes da
Secretaria de Saúde do
Estado da Bahia e do Hospital Sírio Libanês, visitou recentemente as
instalações do
Incardio/HDPA para uma vistoria e aprovou a estrutura física e o corpo médico
da unidade. “Terminados
estes fins e tendo cumprido os trâmites burocráticos, ocorreu uma
publicação na Comissão
Intermunicipal Bipartite (CIB) aprovando o Incardio/HDPA para poder
fazer transplante
cardiovascular. A próxima etapa deste processo será o treinamento da
equipe de cirurgiões
cardiovasculares da unidade oferecido pelo Hospital Sírio Libanês, o qual
possui um programa de
capacitação das equipes transplantadoras. O curso deve durar 18
meses”, assegurou.
Segundo Dr. André
Guimarães, coordenador médico do Incardio, na Bahia o número de
transplante cardíaco é
extremamente baixo, praticamente inexistente, em contrapartida as
captações do órgão tem
aumentado. “Esta situação chamou a atenção do Ministério da Saúde,
uma vez que todos os
outros tipos de transplantes são realizados no Estado e apenas o
cardíaco não está sendo
feito. Ou seja, o coração captado na Bahia, além de não está sendo
usado no Estado, é
encaminhado para a um banco de órgão, para utilização de válvulas em
outros tipos de cirurgia
cardiovascular. Porém, muitos pacientes precisam de transplante do
coração no Estado”,
pontuou Dr. André.
As cirurgias serão
realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) com incentivos dos governos
federal e estadual. “Toda
a estrutura hospitalar está envolvida neste processo, isso gera em
torno de aproximadamente
350 trabalhadores diretos e indiretos. Existe uma previsão de que
o primeiro transplante
cardíaco no Incardio/HDPA ocorra em dezembro do próximo ano, no
entanto isso pode ocorrer
antes, de acordo com o resultado que tanto o hospital como a
equipe for apresentando”,
afirmou Dr. André.
Estrutura Hospitalar
A equipe de cirurgia
cardíaca do Incardio é multidisciplinar, formada por cirurgiões
cardiovasculares, médicos
residentes em cirurgia cardíaca, além da equipe da Unidade de
Terapia Intensiva (UTI),
coordenada pelo médico cardiologista Patrick Sampaio, nutricionistas,
profissionais atuando na
hemodinâmica (cardiologia intervencionista), psicólogos, assistente
social, fisioterapeutas,
enfermeiros, técnicos de enfermagem, dentre outros. O hospital
também possui serviço de
Laboratório, Central de Material de Esterilização (CME), Comissão
de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH), Gerenciamento de Internamento e Hotelaria.
Saiba mais sobre o
transplante cardíaco
O transplante de coração
consiste na substituição do coração por outro, vindo de um indivíduo
que esteja com morte
cerebral e, que seja compatível com o do paciente que tem um
problema cardíaco
potencialmente fatal. Desta forma, a cirurgia só é feita em casos de
doenças cardíacas graves
e, que ponha em risco a vida do paciente.
O transplante de coração
é feito por uma equipe médica especializada dentro de um hospital
devidamente equipado,
pois é uma cirurgia complexa e delicada, onde é removido o coração e
substituído por outro
compatível, porém, permanece sempre alguma parte do coração do
paciente cardíaco.
Há indicação para um
transplante de coração em caso de doenças cardíacas graves em
estágios avançados, que
não podem ser solucionadas com a ingestão de medicamentos nem
com outras cirurgias, e
que põem em risco a vida do individuo. As principais indicações são
insuficiência cardíaca
grave que não responde ao tratamento e arritmia ventricular sem
possibilidade de
tratamento documentada por testes clínicos e exames laboratoriais.
Contraindicações
absolutas são: doença hepática grave, doença pulmonar grave,
incompatibilidade com o
doador, doença cerebral ou periférica graves e possibilidade de não
usar os remédios
imunossupressores (doença psiquiátrica grave ou dependência química).
O transplante pode ser
realizado em indivíduos de todas as idades, desde recém-nascidos a
idosos, contudo, a
indicação para o transplante cardíaco também irá depender do estado dos
outros órgãos, como
cérebro, fígado e rins, pois se eles estiverem gravemente
comprometidos, o
indivíduo poderá não se beneficiar do transplante.
Embora, existam
contraindicações o médico avalia sempre os riscos e os benefícios da cirurgia
e, em conjunto com o
paciente decidem se a cirurgia deve ou não ser feita.
Assessoria de imprensa
Cristiane Melo (75) 99975-1324
Saúde.
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