• AUTORIA DEPUTADO ANGELO ALMEIDA: CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2022 RECEBE HOMENAGEM LEGISLATIVO

AUTORIA DEPUTADO ANGELO ALMEIDA: CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2022 RECEBE HOMENAGEM LEGISLATIVO

08 de abril de 2022 \\ Geral

A Assembleia Legislativa da Bahia realizou, nesta quinta-feira (7), uma sessão especial para comemorar a Campanha da Fraternidade 2022, que começou na quarta-feira de cinzas, dia 2 de março, e se estenderá até 17 de abril, tendo como tema “Fraternidade e Educação: Fala com sabedoria, ensina com amor”, lema extraído de um verso bíblico do livro Provérbios (31,16). A primeira reunião totalmente presencial, depois da retomada das atividades na ALBA, contou com a participação de parlamentares, representantes de entidades católicas, padres, freiras, lideranças religiosas e autoridades eclesiásticas, como o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, e o arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Castro.
Na abertura dos trabalhos, o proponente da sessão, deputado Angelo Almeida (PSB), informou que é um parlamentar católico e que dedica muito das suas ações legislativas na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, com leis à luz do Evangelho, "para que possam fazer reinar a solidariedade e a fraternidade no meio de todos". O socialista frisou que a educação transforma vidas, sendo um direito sagrado e inalienável para cada cidadã e cidadão, em cada canto do Brasil. "A educação não pode ser uma mercadoria; muito menos uma mercadoria cara. Não pode ser um bem, ou privilégio para alguns, e sim um direito humano gratuito e de qualidade para todos e todas", pontuou. Ele ressaltou os avanços no acesso à educação na Bahia, citou que aqui só existia uma universidade federal e que agora tem 27 campus espalhados pelo interior, além de escolas técnicas, graças aos governos Lula e Dilma, mas demonstrou preocupação com o setor, já que - segundo o legislador - “cogita-se não divulgar o principal indicador da qualidade da educação no Brasil, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”.
Para a deputada Maria del Carmen Lula (PT), a campanha conduzida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) " nos chama para refletir sobre a humanização e a solidariedade, buscando a transformação, porque a educação é o principal instrumento do povo, único caminho para a nossa juventude crescer, se desenvolver, ter uma perspectiva de um futuro melhor". A petista garantiu que o Governo do Estado vem melhorando o ensino através da implantação de políticas públicas educacionais, que visam o aperfeiçoamento dos estudantes no mercado de trabalho, a exemplo do Programa Educar para Trabalhar e o Bolsa Presença. De acordo com o deputado Marcelino Galo (PT), “o país precisa ter mais seriedade, compromisso com a educação libertadora, com a educação cidadã, que forme consciências. Que a gente tenha não só técnicos, mas quadros com a capacidade de pensar e transformar a realidade brasileira”.
MUTIRÃO
No seu pronunciamento, o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, disse que o tema da campanha deste ano é muito complexo, depende de um amplo mutirão, e agradeceu o apoio da Casa Legislativa. “É sempre muito importante os deputados e deputadas estarem assumindo a causa da educação, dando a devida atenção a esse campo tão especial da vida das famílias. A campanha não é relevante apenas para as comunidades eclesiais, mas também para toda a sociedade, necessitando, portanto, de acompanhamento e investimento, de modo a superar dificuldades e problemas antigos, como o analfabetismo, assegurando o direito universal à educação, sobretudo aos mais fragilizados”, declarou. O cardeal recordou que o Papa Francisco, na sua mensagem, convocou a todos para um Pacto Global pela Educação, pedindo uma união de esforços para permitir que esse direito seja de todos, não excluindo pessoas nas escolas do ensino fundamental e nas universidades em função de sua situação social. Ao contrário, precisamos criar políticas públicas e mecanismos que permitam o acesso de todos à educação”, afirmou Dom Sérgio.
O arcebispo de Feira de Santana, Dom Zanoni Castro, considera que educação não é só transmitir conhecimento, mas dar dignidade e autonomia a cada ser humano. Ele informa que a Igreja Católica abraçou esta temática da educação pela terceira vez nos 58 anos de execução da Campanha da Fraternidade. “Nós que somos da terra do professor Anísio Teixeira, que sempre teve a sua história ligada à educação integral, devemos nos empenhar pela integração da pessoa humana, resgatando a sua integridade. Por esta razão, educação não é só a formal, mas a vida, o relacionamento, a política, a economia e a cultura fazem parte desta realidade”, acrescentou. Durante a sessão, diversos oradores salientaram a importância da campanha. A assessora especial Piti Canella, representando a secretária da Cultura do Estado, Arany Santana, citou o educador Paulo Freire, rememorando que “a educação deve ser trabalhada intencionalmente para humanizar o mundo por meio de uma formação cultural e da prática transformadora de todos os cidadãos, pois educação é um ato de amor”.
Sheila Pitanga, coordenadora Arquidiocesana da Pastoral da Criança de Salvador, falou sobre o objetivo geral da Campanha da Fraternidade 2022, que é promover diálogos a partir da realidade educativa do Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e solidário. Já o padre Manoel de Oliveira Filho, vigário episcopal para Cultura, Educação e Comunicação na Arquidiocese de Salvador, criticou a educação que apenas informa, defendeu a educação que transforma e condenou a educação que tem como intuito o consumo, com a consequente destruição da natureza. O ex-deputado Yulo Oiticica, diretor da Superintendência de Políticas Territoriais e Reforma Agrária (Sutrag) preferiu lembrar da situação de guerra que se vive no Brasil, da morte dos jovens, da falta de pão na mesa do povo, da falta de saúde, da falta de justiça social. “É preciso que a gente possa refletir o papel de cada um de nós. O espaço social da escola não é só para a educação formal, mas também para um processo de libertação, de independência e de cidadania”, esclareceu.
Também participaram da sessão especial Rebeca Franca, representando o Governo do Estado; Márcio Lima, presidente da Central Única das Favelas (Cufa); Maria Gorete Borges, pró-reitora de Extensão e Ação Comunitária da Universidade Católica do Salvador (UCSal); padre José Carlos, presidente da Associação Social Arquidiocesana (ASA) e a defensora pública Rosane de Melo Assunção, da Defensoria Pública Estadual. Ao agradecer a presença do público e palestrantes, o deputado Angelo Almeida reforçou que a Igreja Católica pode contar com seu mandato “para o bom debate, o bom combate em defesa da vida, em defesa da democracia, em defesa da educação”. E concluiu citando Romanos, capítulo 12, versículo 2: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

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