• Arimateia Realiza Audiência Pública para discutir o abate de jumentos

Arimateia Realiza Audiência Pública para discutir o abate de jumentos

22 de janeiro de 2022 \\ Geral

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Seca e Recursos Hídricos da 

Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado José de Arimateia 

(Republicanos) em parceria com a Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e 

Instituto de Pesquisas Afins na Bahia, realizou na manhã desta quarta-feira 

(17/11) uma audiência pública, que teve como tema o Abate de jumentos x 

Saúde pública.

O evento ocorreu na Sala das Comissões Herculano de Menezes, na ALBA e 

contou com a presença de representantes da Agência Estadual de Defesa 

Agropecuária da Bahia – ADAB, do Centro de Apoio Operacional as 

Promotorias de Justiça do Meio Ambiente e Urbanismo – CEAMA, Ministério da 

Agricultura Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Saúde do Estado da Bahia 

– Sesab, Médico veterinário do Exército Brasileiro, Frente Nacional de Defesa 

dos Jumentos, representantes do The Donkey Sanctuary na América do Sul e 

da sociedade civil organizada. Foram colocados em discussão os impactos que

o abate desenfreado pode causar, não somente na economia estadual, como

também ao meio ambiente, devido o alto risco de extinção dos animais e à 

saúde através de doenças existentes nos jumentos que podem atingir 

humanos, a exemplo do mormo.

A representante do The Donkey Sanctuary na América do Sul, a bióloga 

Patrícia Tatemoto, trouxe para o conhecimento de todos dados alarmantes do 

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com a informação 

que aproximadamente 64 mil jumentos são abatidos por ano na Bahia, porque 

existe uma medicina tradicional chinesa que utiliza o colágeno presente na pele 

do jumento que é utilizada para diversas finalidades. Ela informou também que 

como o abate desses animais não é uma atividade organizada ocorrem 

situações de maus tratos, como no caso acompanhado por eles no município 

de Itapetinga (Ba) onde em agosto de 2018 foram encontrados 3.000 jumentos 

sem água, alimentação ou assistência veterinária. A bióloga informou que por 

isso essa atividade representa hoje um problema, pois além de não haver uma 

organização os casos de maus tratos são recorrentes e não apenas a saúde 

dos animais é colocada em risco, mas a vida humana também já que o mormo 

se trata de uma zoonose e pode atingir pessoas e possui uma letalidade de 

95%. 

Remotamente o médico especialista em infectologia, Eusébio Lino explicou o 

que é a doença de mormo em humanos, que é uma enfermidade ocupacional

causada pela bactéria Burkholderia mallei, e ocorre em indivíduos que tem 

contato com animais infectados ou que tenham exposição em laboratório à 

bactéria. O médico trouxe também o primeiro caso de mormo relatado no Brasil 

em uma criança de 11 anos moradora da periferia de Aracaju que quase veio a óbito só teve êxito no tratamento após a identificação da bactéria em seu 

organismo.

Já o Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Bahia, Altair 

Santana em sua participação salientou que é preciso um inquérito soro 

epidemiológico no estado para levantar a situação real do mormo na Bahia e 

ser feito um estudo não somente para o mormo como também para a anemia 

infecciosa equina. Ao terminar sua fala, Altair disse: “Precisamos tomar 

decisões para que consigamos estudar melhor esse problema grave de saúde 

pública.”

No fim da audiência pública, o deputado Arimateia reforçou que continuará 

defendendo a causa animal, principalmente os jumentos e que vai fazer os 

encaminhamentos que como parlamentar é permitido. E terminou dizendo: 

“Agradeço a todos que participaram remotamente e presencialmente e que 

contribuíram com este evento. Com certeza esta audiência não para por aqui” 

finalizou.

Texto: Alex Borges

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