• Deputado José de Arimateia discute doenças crônicas negligenciadas na pandemia

Deputado José de Arimateia discute doenças crônicas negligenciadas na pandemia

11 de agosto de 2021 \\ Geral

Problemas cardiovasculares, oncológicos, respiratórios e outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis que deixaram de ser acompanhadas pela população durante a pandemia foram o tema abordado em Audiência Pública realizada pelo deputado estadual José de Arimateia (Republicanos) na manhã desta terça-feira (10), na Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA). O parlamentar, que é vice-presidente do Colegiado, trouxe ao encontro virtual profissionais de saúde especialistas nas DCNT’s e representantes das Secretarias Municipal de Salvador e Estadual de Saúde para colocar o tema em pauta.


Com receio de sair de casa, sobretudo quando se trata de idosos, muitas pessoas acabaram por colocar em segundo plano os sintomas do surgimento ou agravamento de doenças crônicas, cenário que fez diminuir vertiginosamente os procedimentos cardiológicos nas unidades de saúde especializadas e acelerar mortes por doenças oncológicas, por exemplo, como confirmaram o cardiologista Dr. Luís Carlos Passos e o oncologista Dr. Robson Moura.


Este foi o alerta que José de Arimateia levou à Comissão de Saúde. “A nossa intenção é justamente dar visibilidade a essa discussão que se torna urgente e necessária diante do panorama de aumento de mortes e piora do estado de pacientes. Como costumo dizer, a prevenção sempre é a melhor saída. Além disso, o tema abre um leque para outras discussões e para que gestores e autoridades competentes possam tomar as providências necessárias. Precisamos unir forças nesse sentido”, disse o deputado, que também é presidente da Frente Parlamentar da Saúde e Institutos de Pesquisas Afins na Bahia.


Ao relatar o a diminuição no volume de atendimentos no Hospital Aristides Maltez por falta de demanda durante o pico da pandemia, o Dr. Robson Moura viu chegarem recentemente pacientes com oito meses a um ano de sintomas. “Estamos tendo várias mortes e doenças invisíveis. Se antes 30 a 40% dos pacientes chegavam em estágio avançado do câncer, depois da pandemia, esse número chegou a 70% de pacientes sem perspectiva de cura”, revelou o oncologista.


Para contornar a situação no setor das doenças cardiovasculares, o diretor do Hospital Ana Nery, Dr. Luís Carlos Passos precisou fazer por conta própria uma busca ativa de casos em todo o estado após ter, de acordo com ele, uma desaceleração brutal nos atendimentos ambulatoriais no início da pandemia. “Já que a Regulação não nos mandava mais os casos, chamamos os nossos contatos regionais e a sociedade de cardiologia para lembrar que o hospital continuava atendendo e eles poderiam enviar os casos diretamente para nós. Mantivemos o programa cirúrgico com pacientes já marcados, fizemos testes rápidos para pacientes de cateterismo e cirurgia e ligamos para pacientes sob risco de morte súbita para trazê-los para o ambulatório”, contou o cardiologista.


Assim como estas, outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como por exemplo, diabetes, hipertensão, depressão, obesidade e doença renal crônica figuram como responsáveis pelo aumento de mortes no estado, inclusive como fatores de complicação (comorbidades) nos casos de infecção por covid. De acordo com dados trazidos pela representante da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP/SESAB) Edna Rezende, a faixa etária de portadores de DCNT com 30 a 69 anos concentrou mais da metade dos casos de infectados por covid, o que aumentou o risco de mortalidade prematura para estes indivíduos.


Para o Dr. Robson Moura, com a pandemia, houve um impacto muito ruim que teve responsabilidades divididas. “Faltou um pouco de tato das prefeituras municipais em liberar a população para vir fazer o tratamento, como também dos pacientes e da família. O que tiramos de lição: Precisamos reavaliar a assistência em saúde no estado da Bahia. Precisamos estar preparados caso tenhamos uma situação parecida no futuro”, concluiu o oncologista.


Na opinião do deputado José de Arimateia, o alto nível das discussões entre os especialistas na Audiência Pública se reverteu em grande proveito e o intuito de utilizar a visibilidade da Casa Legislativa baiana para chamar a atenção das autoridades competentes, assim como de conscientizar a população baiana a cuidar da saúde de forma equilibrada foi alcançado com sucesso.


Também marcaram presença na Audiência Pública o presidente da Comissão de Saúde, deputado Eduardo Alencar (PSD), a deputada Fabíola Mansur (PSB), o Coordenador da Atenção Primária em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Abdon Brito, além da infectologista da Secretaria Municipal de Saúde Adielma Nizarala.


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