• FEIRA EM HISTÓRIA: Arnold Silva transcreve trabalho de Godofredo Filho sobre a Igreja dos Remédios

FEIRA EM HISTÓRIA: Arnold Silva transcreve trabalho de Godofredo Filho sobre a Igreja dos Remédios

22 de janeiro de 2019 \\ Geral

No seu tempo de jornalista em plena atividade, o ex-intendente, ex-deputado constituinte e ex-prefeito Arnold Silva mantinha no jornal Folha do Norte a coluna “Vida Feirense”, lembrando fatos do passado alusivos a esta cidade registrados. Na edição do jornal que circulou em 29 de abril de 1950 o historiador transcreve o trabalho do poeta Godofredo Filho sobre a Igreja dos Remédios. Vale a pena lembrar (Adilson Simas).

NA COLUNA VIDA FEIRENSE, A IGREJA DOS REMÉDIOS


 

“29 de maio de 1940 - O poeta Godofredo Filho [foto], ilustre feirense, ex-professor da Escola Normal e assistente técnico da 5ª Região do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, está empenhado em obter apontamentos sobre a capela de N. S. dos Remédios, no sentido de colocá-la sob a proteção do mesmo Serviço” 

- Neste ponto, como em tantos e importantes outros, falham lamentavelmente os dados de que se dispõe, bastando lembrar, a respeito, que ninguém sabe como, quando e onde morreu Maria Quitéria de Jesus.
Não se conhece a data de fundação do pequenino templo, com a sua torre que é, na opinião de Godofredo ‘tudo que a Feira possui de interessante em arquitetura’, tendo sido ‘salva de maior profanação’ nas sucessivas remodelações porque passou a capela.

Diz-se que da comissão que a construiu fez parte o velho boticário Gouveia; que a louça da torre foi uma oferta do capitalista Joaquim Pedreira de Cerqueira; e que um dos sinos viera do engenho ‘IIicuritiba’, doado pelo agricultor português cel. Felipe Benício Teles Barreto. Nada, porém de certo e comprovado.
No dia 7 de novembro de 1859, pela manhã, o imperador d. Pedro II visitou a capela dos Remédios. Em 1864 era seu administrador Joaquim Pereira da Silva.

Este foi, segundo alguns antigos moradores da cidade, o fundador e construtor da capela, antes, muito antes de 1846,quando para esta vila se transferiu a sede da freguesia, que era, até então, o arraial de São José das Itapororocas.

Outras opiniões dão, porém, à capela dos Remédios origem mais remota. O certo é que já em 1835 era ali que se reunia o ‘tribunal de julgação’.

Caboclo alto, forte, já entrado em anos quando o conheceram velhos habitantes da cidade, Joaquim Pereira da Silva, se não foi o fundador e construtor, foi remodelador zeloso e devotado da capelinha. 

Negociante estabelecido em casa de molhados à Rua Direita do Comércio, tinha o apelido de Joaquim Grande e do próprio estabelecimento, que era próximo, estava constantemente a observar as obras que do seu próprio bolso fazia executar na capela.

Da torre se encarregou a princípio o pedreiro Pacheco e depois, vindo de Cachoeira, Francisco, vulgo Chico. Ficou, depois, cognominado Chico da Torre.

Estes informes devemo-los, principalmente, ao falecido Possidônio José da Silva (Possidônio Cabano)
Em 1895 estava quase arruinado o templosinho dos Remédios.  Foi restaurado e reentregue ao culto em 1900, quando se realizou, ali, uma das mais pomposas festas religiosas que a cidade tem assistido até hoje.

Em 1917 demoliu-se a fachada principal, erguendo-se nova frente, que obedeceu a planta traçada pelo Sr. Miguel Araújo.

Volvidos três lustros, necessidade houve de uma remodelação completa na capelinha. Dela se desobrigou uma comissão em que foram figuras principais os srs. Heráclito Dias de Carvalho e Antônio Ferreira da Silva. Reabriu-se, então, em outubro de 1936.

Fonte: Secom/PMFS

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