NÃO ACEITE A DERROTA

15 de julho de 2014 \\ O Bispo

Um grande evento esportivo reuniu jovens da região. A sensação era a prova final, uma corrida de 600 metros. Todos queriam ganhar a corrida ou, caso fosse impossível, ficar entre os primeiros. Ganhar, ser herói, era o sonho de cada jovem, sonho compartilhado com os pais.
 
DADO o sinal, um jovem destacou-se pela velocidade. Sabia que seu pai estava ali, observando-o,  colocava asas em seus pés e logo assumiu a dianteira. Mas um pequeno acidente na pista causou o desastre. O jovem caiu e perdeu a liderança. Ia retirar-se da corrida quando viu o rosto sorridente do pai,  exortando-o a continuar. Num momento, refez sua determinação, retomou a corrida. Em breve a distância diminui e ele poderia recuperar a liderança. Mas a fatalidade se apresentou uma segunda vez: voltou a cair.
 
LEVANTE-SE e ganhe a corrida! Foi isto que ele leu no olhar do pai e reunindo todas suas energias, voltou a correr. Faltavam 50 metros e ele calculou que ainda poderia vencer.  Exausto, escorregou e caiu. Não era o dia dele! Mesmo à distância viu o pai que o incentivava. Levantou – já sem possibilidades – e correu até o fim. Chegou em último lugar. Mas, para seu espanto, foi aclamado por todos quando cruzou a linha de chegada. Em seguida, o abraço do pai, que lhe disse: estou orgulhoso de você! Para mim você ganhou!
 
NA REALIDADE, não sabemos a força que temos. E os pais e professores têm a missão de revelar aos filhos e alunos suas possibilidades. Mesmo nos momentos mais difíceis, devem dizer à criança: você pode, você vai conseguir! Perder uma batalha é comum. O importante é aprender com a derrota. O único insucesso que não vale à pena é aquele que nada ensina. A derrota deve ser um desafio para recomeçar de maneira diferente. A derrota, é também, uma mestra: ela nos ensina como não fazer. 
 
A VIDA é uma grande corrida, onde os obstáculos são comuns e os tropeços acontecem. Muitos se resignam com o insucesso, mas outros preferem recomeçar, dobrar o esforço e chegar até o fim. A história não guarda o nome dos que desistem, mas consagra os que lutam até o fim. 
 
SÃO PAULO coloca, neste contexto, a força da fé: “Tudo posso naquele que me conforta” (Fl 4,13). O próprio Deus não considera nossos possíveis fracassos, mas a capacidade de continuar. E Jesus nos disse: “Coragem, não tenham medo, eu estou todos os dias com vocês” (Mt 28, 20).
 
 
Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano