DIA DOS BOBOS

03 de abril de 2014 \\ O Bispo

De acordo com a versão mais difundida sobre a origem das brincadeiras de 1º de abril, o Dia da Mentira (ou Dia dos Bobos) teve origem no fim do século 16, com a adoção na Europa do calendário gregoriano,  instituído pelo papa Gregório XIII em 1582, ele marcava o começo do ano em 1º de janeiro. No início, a mudança gerou confusão. Muitos, porém continuaram brindando o novo ano na data antiga. Os trotes de 1º de abril teriam como motivo esse equívoco.
 
NA VERDADE, o que se vê são mentiras, elaboradas todos os dias do ano: de filhos para pais; de políticos para eleitores; de governantes para governados; de empregadores para empregados e vive-versa; da mídia, apresentando falsos valores; de grupos religiosos com promessas de cura e prosperidade... Há pessoas  que mentem tanto, que acabam enganando a si mesmas.
 
A GRAVIDADE da mentira se mede segundo a natureza da verdade que ela deforma, de acordo com as circunstâncias, as intenções daquele que a comete, os prejuízos sofridos por aqueles que são suas vítimas. A mentira é condenável em sua natureza. É uma profanação da palavra que tem por finalidade comunicar a outros a verdade. O propósito deliberado de induzir o próximo em erro por palavras contrárias à verdade constitui uma falta à justiça e à caridade.
 
TODA FALTA cometida contra a verdade impõe o dever de reparação. Quando se torna impossível reparar um erro, publicamente, deve-se fazê-lo secretamente. Se aquele que sofreu o prejuízo não pode ser diretamente indenizado, deve-se dar-lhe satisfação moralmente, em nome da verdade. Esse dever de reparação se refere também às mentiras e difamações  cometidas contra o bom nome e a honra do próximo. 
 
O EVANGELHO  aponta a solução: “A verdade vos fará livres”(Jo 8,32). A humanidade prefere os atalhos da desculpa e da mentira. E a pessoa torna-se refém da própria mentira. Num círculo vicioso, a mentira sempre necessita de uma outra mentira para cobrir a retaguarda, a mentira anterior.
 
PORTANTO, a mentira  consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar. A Bíblia denuncia na mentira uma obra diabólica: “Vós sois do diabo, nele não há verdade: quando ele mente, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44). No Dia da Mentira vamos renovar nosso compromisso de falar sempre a Verdade.
 
 
Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano