CARNAVAL E CRACK

05 de março de 2014 \\ O Bispo

A maioria dos usuários de crack afirmam terem iniciado o uso da droga em momentos de festas, principalmente no período de Férias e Carnaval. O fenômeno do uso do crack é complexo e exige uma visão do ser humano em todas as suas dimensões. A vida nos ensina que somos livres para escolher a semente que vamos semear, mas é obrigatória a colheita daquilo que semeamos.
 
 
QUAIS as causas que levam um jovem a ingressar no mundo sombrio do crack? Curiosidade, desemprego, desejo de novas sensações, falta de diálogo na família e as famosas más companhias. A culpa também cabe a uma sociedade consumista que diviniza riqueza, fama e beleza. Essa sociedade permite incentivar o uso das chamadas drogas lícitas – cigarro e álcool - mas que também causam imensos males. 
 
 
AS PEDRAS de crack são devastadoras, afetando o cérebro, os pulmões, causando ataques cardíacos e derrame cerebral. Isso no campo físico. São também impressionantes as mudanças comportamentais dos viciados em crack, afetando a família e agredindo com requintes de violência. 
 
 
O TRABALHO educativo junto às famílias e nas escolas é urgente. É necessário incentivar a conscientização sobre o perigo das drogas. Igualmente, é importante uma ação disciplinadora e punitiva das instâncias competentes. Não adianta só ensinar sobre o mal causado pelas drogas. É necessário punir severamente os plantadores e traficantes.
 
 
NADA do que fazemos começa e acaba apenas em nós mesmos. Atinge, ao contrário, toda a coletividade. Hoje, dizendo não ao crack, estamos não só beneficiando a própria saúde e a vida mas, contribuindo para construir um mundo com menos violência. Sejamos senhores de nossa vida. Não deixemos que a droga mande em nós. A primeira vítima seremos nós mesmos e a nossa família.
 
 
O CARNAVAL, portanto, pode ser aproveitada como um tempo de festa e de alegria, sem exageros, sem abusos e sem uso de crack, de qualquer outra droga e sem dor de cabeça no dia seguinte. Saúde jogada fora é vida a menos. Pior ainda, quando ela não volta mais. Que será de muitas pessoas após o Carnaval, quando as fantasias forem jogadas fora? São Paulo recomenda: “O Senhor espera de cada um, uma conduta digna de quem é Templo do Espírito Santo” (I Cor. 6,19).
 
Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano