AS NOSSAS ESCOLHAS

05 de agosto de 2013 \\ O Bispo

Uma caravana viajava pelo deserto com vinte camelos. Ao cair da tarde chegaram a um tranqüilo oásis, onde pernoitariam. Ali havia um conjunto de estacas firmes, onde os camelos eram amarrados para que não se dispersassem e fugissem. Os  empregados deram-se conta que faltava uma estaca; só havia 19.  O patrão garantiu que este não seria o problema. Amarram os camelos nas estacas e, ao chegar ao vigésimo animal, fingiram cravar uma estaca no solo. E o patrão explicou: o camelo é acomodado, imaginará que está sendo firmemente amarrado e não fugirá. E, na manhã seguinte, efetivamente, o animal estava quieto, em seu lugar.
 
NA VIDA de cada um existem muitas estacas imaginárias, que amarram uma determinada dependência. Eu sou assim, garantem alguns, não consigo deixar este hábito. Pode ser o fumo, a bebida, a gula, o orgulho, a preguiça, a teimosia. Porque falta ousadia, capacidade de quebrar correntes, bem mais fortes, a pessoa segue a rotina da vida, atrelada às suas limitações. Recusa-se em assumir as rédeas da vida.
 
HENRY FORD, o pioneiro da fabricação do automóvel em série, garantia: “Se você quiser, ou se você não quiser, sempre terá razão”. Você decide se é um perdedor ou vencedor. Quando Napoleão chegou, numa de suas campanhas, em frente à cadeia montanhosa dos  Alpes, seus oficiais apontaram as dificuldades existentes. O estrategista, com tranqüilidade e coragem, afirmou: “os Alpes não existem” e determinou a vitoriosa travessia. 
 
A HISTÓRIA da humanidade aponta figuras ímpares que não aceitaram a impossibilidade. Foram lá e conseguiram o impossível. A mesma história ignora os milhões de desconhecidos que aceitaram como definitivas algumas coisas e por isso nada fizeram.
 
A CADA DIA, todos nós somos obrigados a tomar algumas decisões. Essas decisões acabam tendo influência sobre o nosso futuro. A vida é a arte de escolher, e a felicidade está nas escolhas certas. Tudo o que somos hoje é o resultado das escolhas que fizemos. Mas estas escolhas não são definitivas, pois a cada dia precisamos refazê-las, isto é: aquilo que vivemos e decidimos no passado precisa ser continuamente revisto no presente.
 
SOMOS livres para escolher o que semear, mas vamos colher aquilo que semeamos. Quem semeia flores, colherá alegrias; quem semeia espinhos, colherá tristezas; quem semeia ventos – garante o Evangelho – colherá tempestades: e, por sua vez, quem nada semeia, nada colherá.
 
Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
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