VENENO PARA CRIANÇAS

20 de abril de 2013 \\ O Bispo

Meus pais criaram dez filhos. Todos saudáveis. Cardápio: leite (natural) bata doce, feijão, arroz, carne, pão de milho, farinha, frutas, verduras, peixes, galinha e ovo caipira e banhos frios. Hoje, as crianças estão sendo silenciosamente envenenadas por ingerirem bebidas e comidas nocivas. Segue resumo de uma matéria de Frei Beto que deve questionar pais, professores e autoridades.

“EMBORA a legislação de muitos países já proíba publicidade de alimentos prejudiciais à saúde das crianças, como são os casos do Chile, da França e do Reino Unido, o governo brasileiro teima em ficar submisso à pressão das empresas produtoras. Reluta em assegurar qualidade de vida à nossa população. Enquanto a Vigilância Sanitária libera, o Ministério da Saúde arca com os bilhões de reais gastos em doenças com crianças obesas.

NO BRASIL, 30% das crianças apresentam sobrepeso e 15% delas já são obesas. Cresce de modo alarmante a incidência de obesidade infantil, colesterol alto, distúrbios glandulares, diabetes tipo 2, cânceres, sem que se consiga dar um basta á industria do envenenamento saboroso. Há escolas que, inclusive, abrem suas portas aos atrativos de redes de lanchonetes, sem consciência de que a qualidade do alimento oferecido equivale a deixar entrar um assassino portando armas. A diferença é que o alimento nocivo mata lentamente e causa maior e mais longo sofrimento.

DADOS FALAM por si: uma embalagem de 300g de sequilhos contém 120 g de açúcar. Ou seja, 40% do produto é puro açúcar. Uma garrafa de  1 litro de bebida Láctea contém 1’65g de açúcar. É como ingerir um copo americano repleto de açúcar. Uma lata de 350ml de refrigerante contém 37g de açúcar, o que equivale a 7 saquinhos de açúcar, desses oferecidos nos bares para adoçar o cafezinho. Se a criança toma uma lata por dia, em uma semana serão 259g de açúcar. O Brasileiro consome 51kg de açúcar por ano. No mundo, 35 milhões de pessoas morrem por ano devido ao consumo excessivo de açúcar.

NOSSAS escolas ensinam quase tudo, menos educação nutricional. Ninguém recorre todos os dias a seus conhecimentos de história ou química, faz operações algébricas ou fala em idioma estrangeiro. No entanto, todos nós comemos várias vezes ao dia. E, em geral, o fazemos sem critério e noção de como o organismo reage aos alimentos, e em que medida são benéficos ou prejudiciais à nossa saúde”. Cuidar da saúde de nossas crianças é tarefa de todos: Pais, educadores, autoridades... É urgente agir.

+ Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
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