OS DIREITOS DA MULHER

12 de março de 2013 \\ O Bispo

A data de 8 de março de 1875 é considerada o divisor de águas na luta pelos direitos da mulher. E começou da pior forma possível com um banho de sangue. Em Nova, 130 tecelãs, depois de uma tentativa de greve, trancadas na fábrica, morreram carbonizadas. A luta continuou e, décadas depois, em 1910, uma conferência, na Dinamarca, instituiu o Dia Internacional da Mulher.

A PARTIR  da década de setenta, cresceu, rapidamente, o papel e a presença da mulher na sociedade. Hoje, ela atua em toda parte. É difícil apontar um campo de atividades humanas onde a mulher não esteja presente. E, de um modo geral, é uma presença qualificada. Não é segredo para ninguém que a lógica masculina de fazer história apresenta crises quase insolúveis. Há necessidade de uma nova maneira de construir a história, uma  maneira feminina – em que se privilegie a paz, o serviço, a ternura e o diálogo.

A MULHER nunca deve ser vista como oposição ao homem, mas ao lado do homem. Mesmo desempenhando as mais diferentes profissões, ou funções, a mulher nunca pode deixar de lado a maternidade. Essa é sua primeira e a maior de todas as vocações. Saint Exupéry dizia que a mulher conserta o que o homem estraga. A conquista feminina não acontecerá assimilando as incoerências do homem, mas criando uma nova cultura: o respeito pela vida em qualquer circunstância.

NO BRASIL, a mulher, também, colhe os frutos de décadas de luta. Obtém conquistas no campo da política  e dos direitos humanos e, entre outros avanços, aumenta sua participação no mercado de trabalho, onde já ocupa mais de 40% das vagas. Mas, por mais absurdo que possa parecer, a mão-de-obra feminina tem remuneração bem inferior à masculina na mesma atividade.

É IMPOSSÍVEL de desfazer o sofrimento que a mulher passou ao longo da história. Mas é possível que ela – mãe, irmã, amiga... – sofra menos. Se não pelo aprimoramento das leis, pela mudança de comportamento e de atitudes do homem. O respeito, acima de tudo.

O EVANGELHO nos mostra o maior dos defensores dos direitos da mulher: Jesus Cristo. Uma mulher pecadora – a samaritana – foi a primeira missionária e na manhã da Ressurreição foram elas as primeiras a anunciar ao mundo a Boa Nova. Na Igreja é indiscutível o papel da mulher.


+ Itamar Vian
Arcebispo Metropolitano
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