O Papa e o dinheiro

02 de agosto de 2015 \\ O Bispo

Entre os desafios do mundo atual, o papa Francisco destaca a idolatria do dinheiro: “Uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós”.

O DINHEIRO é símbolo de felicidade e, ao mesmo tempo, a maior causa de infelicidade no mundo. Uns lamentam-se por não possuí-lo, outros vivem atemorizados, com medo de perdê-lo. Há também os que vivem do consumismo, do supérfluo... e gastam mal o dinheiro que ganham “com o suor do seu rosto”. Ele suscita o amor e a guerra, serve para a caridade e para o crime.

NA REALIDADE, o dinheiro é neutro. É uma mediação que pode servir para as melhores coisas, quando é usado a favor da vida, da saúde, da família, da comunidade e do progresso. Mas, quando usado de maneira egoística, torna-se um vírus causador de doenças e desgraças. Ele é um ótimo empregado e um terrível patrão. Como empregado ajuda no serviço, na caridade, na solidariedade e no bem-estar. Como patrão torna miserável a vida de seus súditos.

O PAPA Francisco afirma: “Não caiam na terrível cilada de pensar que a vida depende do dinheiro e que, à vista dele, tudo o mais se torna desprovido de valor e dignidade. Não passa de uma ilusão. Não levamos o dinheiro conosco para o além. O dinheiro não nos dá a verdadeira felicidade. A violência usada para acumular dinheiro não nos torna poderosos, nem imortais. Para todos, mais cedo ou mais tarde, vem o juízo de Deus, do qual ninguém pode escapar”.

NO DISCURSO que o Papa fez aos participantes do Encontro Mundial dos Movimentos Populares declara: “Um sistema econômico centrado no “deus dinheiro” tem também necessidade de saquear a natureza. A criação não é uma propriedade da qual podemos dispor a nosso bel-prazer e muito menos é uma propriedade só de poucos”.

FAZ PENSAR um uma história narrada pelo Evangelho. Havia um homem rico, cada vez mais rico. Pensou em aumentar as colheitas e celeiros. Com isso teria o suficiente para viver muito bem por longos e longos anos. Mas Deus lhe disse: “Insensato, nesta mesma noite vais morrer” (Lc 12,8).