• ALBA: Colegiado discute crise da produção irrigada de coco e banana na Bahia

ALBA: Colegiado discute crise da produção irrigada de coco e banana na Bahia

06 de dezembro de 2018 \\ Política

A crise na produção de banana e de coco em perímetro irrigado no estado Bahia e a necessidade de atualizar a legislação sobre cavalgadas e vaquejadas foi tema da reunião da Comissão de Agricultura realizada anteontem (4), na Assembleia Legislativa. Presidida pelo deputado Eduardo Salles (PP), a reunião contou com a presença dos deputados Antonio Henrique Jr. (PP), Gika Lopes (PT), Roberto Carlos (PDT) e Marquinho Viana (PSB).


O presidente da comissão, Eduardo Salles, esclareceu que a Bahia é o maior produtor de coco do Brasil e o segundo maior de banana. “São atividades muito importantes para o estado e que, notadamente, nos perímetros irrigados, passam por um momento dramático, porque os produtores, com o preço da energia e do óleo diesel subindo, não conseguem manter as suas áreas de produção, tanto no Vale do São Francisco, quanto na região de Bom Jesus da Lapa ou na de Paulo Afonso”, explicou. 


Por sugestão do deputado Roberto Carlos, os deputados decidiram fazer reuniões in loco, levando os parlamentares da comissão a Juazeiro, para discutir soluções com produtores de coco dos perímetros irrigados, e a Bom Jesus da Lapa, para fazerem o mesmo com fazendeiros de banana. A intenção é debater problemas como o baixo preço médio dos produtos e levar, para os governos estadual e federal, sugestões de medidas a serem tomadas. As reuniões ainda serão agendadas.


De acordo com Eduardo Salles, a média de preço do coco caiu de R$0,49, em 2016, para R$0,44, em 2017, e em torno de R$0,35, em 2018, e para além das dificuldades regionais, os produtores enfrentam a concorrência da importação da água de coco da Ásia, com a fruta hidratada novamente aqui na Bahia, para vender ao mercado. 


Roberto Carlos lembrou que, no ano de 1997, houve a maior crise do coco e da goiaba de todo o Vale do São Francisco, quando a maioria dos produtores tiveram que arrancar sua plantação. “Aí o mercado reagiu, o Rio São Francisco começou a encher, as águas apareceram, e agora vejo Vossa Excelência levantar esse mesmo problema da fruticultura do coco na nossa região. Muitos produtores tiram seus cocos e despejam nas BAs e BRs que cortam a região. O produtor diz: ‘para produzir o coco, gasto R$ 0,20, para tirar o coco do pé, gasto mais x, para transportar, mais x. Para vender o coco por R$0,30, é melhor jogar fora’”.


 A reunião da Comissão de Agricultura tratou ainda da regulamentação para as cavalgadas e vaquejadas na Bahia. De acordo com Eduardo Salles, autor da Lei de 2015, a ideia é atualizá-la, a partir de novas demandas, em prol do bem-estar animal. “A Lei é viva, porque tem que ser atualizada sempre. Ela preserva o bem-estar animal. É esse nosso objetivo. Nós queremos ter um esporte que preserve a cultura, a tradição, mas que preserve também o bem-estar animal”, afirmou o presidente da comissão.


Como progresso com relação ao esporte do vaqueiro nordestino, foi citada a ainda recente medida de se utilizar o rabo artificial, que protegeu o animal e beneficiou em muito as vaquejadas. “Qualquer vaquejada em que corriam 800 a mil bois, quebrava-se o rabo de 30% a 40%. Hoje, correm mil bois, não se quebra o rabo de 20. E, pela lógica, não era para quebrar nenhum, mas, como em tudo, tem gente perversa. Mas esses, a gente corta. O importante é que a vaquejada, para o bem-estar animal, ainda não está 100%, porque não existe 100% em nada, mas os animais hoje sofrem bem menos”, declarou Gika Lopes.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Política.