• PF afirma que Geddel esteve em local de entrega de propina

PF afirma que Geddel esteve em local de entrega de propina

13 de junho de 2018 \\ Política

Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) esteve no local apontado como ponto de entrega de propina pelo delator Lúcio Funaro, doleiro e suposto operador financeiro do MDB.

A confirmação, segundo a PF, foi possível porque o celular do ex-ministro foi rastreado por antena de telefonia móvel no local, nas datas e nos horários em que Funaro dizia estar levando malas de dinheiro para Geddel.

De acordo com a PF, Geddel estava nas proximidades do aeroporto de Salvador onde, segundo Funaro, havia um hangar usado pelo ministro para receber o dinheiro. O rastreamento foi um dos motivos que levaram a a PF a indiciar ex-ministro por corrupção na Operação Cui Bono, que investiga fraudes na liberação de empréstimos da Caixa Econômica Federal.

Os investigadores descobriram a localização de Geddel porque ele usou o celular para fazer ligações, boa parte delas para o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que usava Funaro como operador de propinas, segundo as investigações. A PF consegue rastrear a localização de um investigado quando ele usa o celular porque o aparelho 'se comunica' com a torre de telefonia móvel de cada região.

A revelação está no relatório da Operação Cui Bono remetido na semana passada à Justiça Federal em Brasília ao qual a TV Globo teve acesso.

No relatório, o delegado Marlon Cajado detalha que "[...] a análise do terminal utilizado por Lúcio Funaro – (11) xxxx xxxx – , onde é possível verificar que seu telefone utilizou a antena ou estação rádio-base (ERB) das proximidades do Aeroporto de Salvador/BA, no dia 29/01/2014, precisamente às 19:39:52h. De outro lado, às 19:00h da mesma data de 29/01/2014, a ERB do terminal utilizado por Geddel Vieira Lima, (71) xxxx xxxx, também foi registrada nas proximidades do aeroporto de Salvador/BA".

A PF cruzou informações obtidas pelo rastreamento das ligações com material aprendido durante a operação. Uma planilha de Funaro aponta "saída" de dinheiro para Geddel no dia 17 de fevereiro de 2014. No dia seguinte, a PF rastreia a ida de Funaro para o hangar, no aeroporto de Salvador, e localiza Geddel. A Polícia cita varias outras datas em que essa situação se repete.

Geddel foi indiciado na Operação Cui Bono por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação. A PF concluiu que houve indício de repasse de dinheiro a Geddel Vieira Lima, entre os anos de 2012 a 2015, que giram em torno de R$ 16,9 milhões.

O delegado chama a atenção para o fato de que a maioria dos pagamentos foi em 2014, “ano que Geddel foi candidato a Senador da República pelo Estado da Bahia. Desse modo, a hipótese criminal identificada é a de que Geddel Quadros Vieira Lima se utilizou da sistemática ilícita engendrada por Lucio Bolonha Funaro visando a ocultação, dissimulação e distribuição de recursos de origem ilícita [...]”.

Indiciados pela PF

Dezesseis pessoas foram indiciadas pela PF a partir das investigações da Operação Cui Bono, entre políticos, operadores e ex-dirigentes da Caixa.

Fonte: G1

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