• FEIRA EM HISTÓRIA: Artigo relembra trajetória de Edelvira Oliveira, a professora Catuca

FEIRA EM HISTÓRIA: Artigo relembra trajetória de Edelvira Oliveira, a professora Catuca

10 de dezembro de 2018 \\ Geral

Citada como “reserva moral da sociedade feirense” o jornal “Folha do Norte” na sua edição nº 2.801, de sábado, 29 de dezembro de 1962, a ultima do ano, registra na primeira página o falecimento da professora Edelvira Oliveira, irmã de Áureo Filho, e que deixou viúvo Armando Oliveira. Passados 56 anos, vale a pena, através artigo do sobrinho Evandro Oliveira, um pouco da mestra Catuca, como era carinhosamente chamada.

LEMBRANÇAS DA PROFESSORA CATUCA

Minha Tia Catuca foi a maior referência como educadora durante minha infância e mocidade, eu tinha a maior admiração, por este motivo guardei muitos casos de sua peculiar forma de interação com as famílias dos alunos, professores e funcionários do Santanópolis.

Catuca, juntamente com Hermengarda eram irmãs de meu pai, e, como todos em volta dele se engajaram de uma forma ou de outra na missão de educar. Esta influência na família já atingiu a terceira geração. 

Voltemos a Catuca, nas primeiras décadas do Santanópolis foi sua Diretora ela era a presença educacional de fato. Áureo fazia mais a função de teses educacionais, dirigente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino da Bahia e também político, Deputado. Era o ideólogo, Catuca exercia a função da educadora presente. 

Seu conhecimento, da língua portuguesa, atestado em concurso em Salvador quando foi a 1ª colocada, não lhe valeu a nomeação para o Colégio Estadual em vaga existente, por não ter o aval de Dr. Eduardo Fróes da Mota, chefe político adversário de então, sendo nomeada a 2ª colocada. Porém, mais do que professora o seu senso de comunidade norteava sua filosofia educacional.

Esta é a razão que faz sentido contar neste espaço. Casos que conheci ou soube por relato de outros, o que deveria ser a função de educar.

A Paixão indevida

Certa vez Catuca foi procurada por uma mãe desesperada, apelando-a como última esperança, para que ela resolvesse um problema que estava angustiando a família, relatando suas agruras: o filho, rapaz de 16 anos, bom aluno, ajudava ao pai na pequena banca do mercado, nunca deu trabalho sempre obediente, bonito, o orgulho da família até quinze dias atrás, quando sumiu de casa, não foi mais para a banca do mercado, faltando muito ao colégio. 

Cidade pequena, cerca de 50.000 habitantes, não foi difícil descobrir, estava homiziado no Minadouro (rua do baixo meretrício) com uma profissional do sexo, neste tempo de outro nome. Para os mais novos vale explicação: 

Antigamente a prostituição era exercida em guetos sem que suas habitantes tivessem o direito de sair na porta da rua durante o dia, só depois das 22 horas que era permitido mercadejar seus atributos. O pai tinha tentado convencê-lo a voltar para casa sem sucesso, amigos, parentes, tentaram entendimento, mas fracassados, só restava ela, Professora Catuca, como última esperança.

Catuca, depois de saber o nome da companheira do rapaz e o nome da Cafetina, dona da casa, foi ao Minadouro, à tarde no mesmo dia, quem assistiu contou como uma senhora como Professora Catuca entrou naquela rua, sozinha, fez-se silencio sepulcral de respeito. 
Entrou na casa chamou a responsável, pegou o rapaz pela orelha e ameaçou a dona da casa caso ele voltasse, como era menor de idade, mandaria fechar o estabelecimento. Depois o levando, era aluno do Santanópolis, para a diretoria do colégio. 

Prometeu que não seria castigado e dizendo-lhe se ele gostasse mesmo da moça, quando se formasse e já tivesse condições financeiras e a paixão persistisse ela seria a madrinha do casamento, até lá ele não poderia pisar na região nem se encontrar com aquela mulher.
Arrematando; também obrigou os familiares a prometerem não castigá-lo e esquecerem o assunto.

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