• Homem assassinado no interior acusou PMs de ameaças, afirmam familiares

Homem assassinado no interior acusou PMs de ameaças, afirmam familiares

01 de junho de 2018 \\ Geral

O assassinato de Thiago Avelino, funcionário da prefeitura do município de Luís Eduardo Magalhães, na noite desta quarta-feira (30), chocou a região e deixou a família da vítima apreensiva.  O rapaz, que não tem passagem pela polícia, pegou carona com um tio, que tem envolvimento em crimes. Após operação da polícia e troca de tiros, o tio foi morto e Thiago acabou sendo baleado, mas sobreviveu. 

Consciente, o rapaz teria sido ameaçado por policiais militares, conforme familiares informaram ao BNews: “quando ele estava na UPA, consciente, disse pra não deixarem levar ele sozinho porque os policiais disseram que o matariam”. Poucos minutos depois, durante a transferência, Thiago foi executado por homens encapuzados, que também feriram uma enfermeira.

Pouco antes da tentativa de transferência, a mãe da vítima e outros familiares tentaram acompanhar, mas teriam sido impedidos por policiais: “a polícia não deixou um familiar acompanhar na ambulância até barreiras”, disse um familiar que preferiu não se identificar por receio de represálias. 

De acordo com o blog Sigi Vilares, pouco depois do complexo da Bahia Farm Show, na BR 242, a ambulância foi interceptada por homens encapuzados e fortemente armados, e o rapaz executado. “No momento da transferência ele disse: ‘mãe, vão me matar’. Se a polícia achava que era bandido, porque não escoltaram ele até o hospital em Barreiras?”. 

“O tio era envolvido com coisas erradas. Ele (Thiago) teve a infelicidade de pegar a carona pra fazer o primeiro dia de autoescola. Ele era um menino bom, funcionários da prefeitura, trabalhava no centro cultural, faz parte de uma quadrilha junina, não tinha envolvimento com a polícia”, informou um familiar.

Familiares e amigos de Thiago pedem justiça e aguardam uma investigação para apurar o suposto envolvimento de policiais com a execução do rapaz. Questionada sobre o caso, a PM se limitou a responder o seguinte: “não há informações sobre o fato informado. É importante que o cidadão que presencie uma ação policial inadequada registre o fato na Ouvidoria, através do 0800 284 0011 ou do site www.pm.ba.gov.br no link ‘ouvidoria’, ressaltando que os canais preservam a identidade de quem denuncia. A respeito da denúncia, orientamos as vítimas a registrar o fato na Corregedoria da Polícia Militar que fica situada na Rua Amazonas, nº 13, Pituba, a fim de formalizar o registro de queixa para que seja realizada a devida apuração”.   

A reportagem voltou a procurar a comunicação da PM e fez os seguintes questionamentos, sem resposta até o momento: a PM impediu que um familiar acompanhasse a vítima na ambulância? Por que? Houve a ameaça por parte dos policiais? Sendo Thiago suspeito, por que a ambulância não foi escoltada? Sobre a acusação sobre a ameaça dos PMs à vítima, a corporação não vai se manifestar? Gostaria de saber sobre o procedimento da PM sobre o seguinte: quando há o transporte de um suspeito em ambulância, qual o procedimento adequado: a viatura acompanhar ou não? Nenhum deles foi respondido até a publicação desta matéria.

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