MINHAS “MULHERES”

10 de março de 2015 \\ O Bispo

O dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher. Uma circunstância que deve ser 
 
comemorada, relembrando todas aquelas mulheres que, ao longo dos séculos, deram a 
 
vida para defender a vida e procurar os próprios direitos.
 
A PRIMEIRA mulher que conheci foi dona Mathilde, minha mãe. Ela, nos mais ternos 
 
anos de minha infância, repetia nos meus ouvidos como eu deveria me comportar. Ensinou-
me a respeitar os outros, a ser serviçal e especialmente, me passou um amor grande por 
 
Nossa Senhora – a mãe de Jesus - a mais santa de todas as mulheres. Na minha juventude, 
 
encontrei a professora Gema, uma mulher sofrida, mas tinha o dom de sorrir, e me repetiu 
 
muitas vezes que sempre devemos confiar em Deus e a Ele entregar os sofrimentos, as 
 
dúvidas e as alegrias. 
 
NA VIDA encontrei mulheres gigantes que viveram décadas entre o lixo humano 
 
produzido pela injustiça humana e sempre conservaram o sorriso: Irmã Dulce da Bahia 
 
(1914-1992), Madre Teresa de Calcutá (1910-1999), Dra Zilda Arns (1934-2010). Estas 
 
santas foram para mim grandes e corajosas, que me disseram, com a vida, que há uma 
 
maternidade e paternidade diferente.
 
ESSAS TRÊS mulheres engrandeceram o gênero humano: completamente esquecidas 
 
de si, promoveram e defenderam a vida sem nunca ceder a tentações de revolta, defesa 
 
do aborto, crítica às famílias numerosas dos pobres. O que lhes interessava era a pessoa 
 
concreta que tinham diante dos olhos e imediatamente brotava-lhes um imenso sorriso: 
 
podemos salvá-la, conservar-lhe a vida. Deus quer essa vida, nós também a queremos.
 
O EVANGELHO nos mostra o maior dos defensores dos direitos da mulher: Jesus 
 
Cristo. Uma mulher pecadora – a samaritana – foi a primeira missionária e na manhã da 
 
Ressurreição foram elas as primeiras a anunciar ao mundo a Ressurreição de Jesus. Na 
 
Igreja, é indiscutível o papel da mulher.
 
OBRIGADO a ti, mulher-mãe, que te fazes casa do ser humano. Obrigado a ti, mulher-
esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de 
 
serviço, de comunhão e de vida. Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada no 
 
âmbito social, cultural, artístico, político e religioso. Obrigado a ti, mulher consagrada, 
 
que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Jesus, te abres com docilidade e 
 
fidelidade a Deus e a humanidade.