As lições de Suzano
A tragédia, na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, resultou na morte de cinco alunos, duas funcionárias, um comerciante e dos próprios autores do atentado. O que Suzano nos faz pensar? Que lições podemos tirar desse acontecimento?
ATÉ POUCO tempo, a criança tinha
pouca “autoridade” na família. Hoje, em contrapartida, ela manda mais do que
deveria mandar. Isso é um erro grave, pois dizer “não” faz parte da educação. É
necessário fazer os filhos entenderem que nem tudo é como eles pensam ou
querem. Há crianças, hoje, que, de seus 7 ou 8 anos, proclamam: Mãe, você não manda em mim! Pior do que isso
é quando os pais aceitam essa tirania infantil.
A tirania se manifesta também na escola, quando o professor(a) parece
ser o último a mandar. E muitos país, autorizam a rebeldia dos filhos,
colocando-se contra os professores.
PAIS E FILHOS, professores e alunos não são iguais. Não se
trata de autoritarismo, mas sim, de entender os papéis de cada um. Não adianta
querer ser “amiguinho” do filho ou do
aluno, tratado-o em pé de igualdade. Aí
vem o centro da questão: Lembre-se de que ser amigo do seu filho ou do seu aluno
é ajudá-lo a ser pessoa certa para si mesmo e para a sociedade. Há necessidade
de fazê-los compreender que têm deveres e responsabilidades e esses os ajudarão
a serem cidadãos responsáveis, honestos e justos. Quando os limites não são
fixados estamos criando
egoístas e irresponsáveis.
O PADRE Fábio de Melo, refletindo a tragédia de Suzano,
escreve: “os meninos não mataram porque o porte de arma é um projeto do atual
governo. Os meninos mataram porque jogavam jogos violentos. Os meninos não
mataram porque a escola foi omissa. Os meninos não mataram porque sofreram bullying...
Eles mataram porque as famílias estavam desestruturadas e fracassadas, porque
não se educa mais em casa, não se acompanha mais de perto.
A TECNOLOGIA substitui
o diálogo, presentes compram limites, direitos e deveres e não há o
conhecimento e respeito a Deus. Precisamos parar de nos omitir, de transferir
culpas. A culpa é minha, é sua, de todos nós! “A violência é o desdobramento de
carências afetivas, da necessidade de ser visto e notado, ainda que da pior
maneira”. As armas não matam, o que mata é a ausência de amor!”