Por que pedi renúncia?

23 de novembro de 2015 \\ O Bispo

Por que pedi renúncia?


A lei eclesiástica universal determina que, ao completar 75 anos, o bispo diocesano apresente ao Papa sua renúncia ao governo pastoral da arquidiocese, como  estabelece o Cânon 401 § 1º. do Direito Canônico da Igreja Católica, Apostólica, Romana.

FOI O QUE FIZ. Tendo completado 75 anos no último dia 27 de agosto, apresentei, ao Papa Francisco, meu pedido de renúncia do ofício de Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Feira de Santana. E no, dia 18 de novembro o Papa Francisco anunciou oficialmente minha renúncia e confirmou como meu sucessor Dom Zanoni Demettino Castro.

MINHA gratidão ao querido povo da Arquidiocese de Feira de Santana, a todos aqueles que me ajudaram a exercer, nesses poucos mais de vinte anos, o Ministério Episcopal nesta Igreja Particular. A todos peço: perdoem-me as limitações, minhas fragilidades e toda e qualquer falha. De modo especial, quero me dirigir aos sacerdotes, religiosos, religiosas, membros ou agentes dos vários serviços, movimentos e pastorais. A todos declaro: sinto-me feliz, tranqüilo e agradecido. Que Deus os recompense e perdoe meus pecados.

E AGORA o que   vou fazer? Serei uma pessoa mais livre para servir a todos porque não tenho mais a responsabilidade do governo pastoral da Arquidiocese. Vou colaborar com dom Zanoni em tudo o que necessita. Dedicarei o resto da minha vida visitando doentes e idosos. Substituirei, nas paróquias, padres que desejam fazem cursos intensivos e retiros. Continuarei fazendo programas em rádios e escrevendo crônicas. Agora, terei mais tempo para a oração, escuta da Palavra de Deus, para acolher pessoas e atender confissões.

AO CARÍSSIMO  Dom Zanoni os votos de um feliz serviço na Arquidiocese, acompanhados de  orações desta Igreja Particular para que nela desenvolva um fecundo pastoreio. Asseguro-lhe, Dom Zanoni, minha estima fraterna, meu sincero propósito de irrestrita comunhão episcopal, minha firme decisão de não interferir no governo da Arquidiocese e minhas preces para que Deus o abençoe e ilumine na feliz condução deste querido povo de Deus.

ENFIM, posso, feliz, dizer com São Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé. Agora está reservada para mim a coroa da justiça, que o Senhor,  justo juiz, me dará naquele dia... O Senhor esteve a meu lado e me deu forças; Ele fez com que a mensagem fosse anunciada por mim integralmente... A Ele a glória, pelos séculos dos séculos!” (Tim. 4,6-18). E Jesus nos diz: “Quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: “Somos simples servos, fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17,10).